O senador Paulo Paim (PT-RS) é o recordista de discursos na atual legislatura.
Mas, nessa sexta-feira, ele superou a si mesmo: em um plenário
esvaziado, o petista falou durante 42 minutos; abordou nove assuntos
principais, incluindo incontáveis sub-temas, e chegou às lágrimas.
Paim começou falando do acordo de navegação na hidrovia
Uruguai-Brasil (“É de muita importância). Depois, analisou a decisão do
STF que liberou as cotas raciais (“Entrou para a história do nosso
país”). Em seguida, passou avaliar a causa dos quilombolas (“Pessoas
que amam a natureza e que moram em casas de pau a pique”). Voltou às
cotas e chorou ao tratar do tema (“Eu não queria, mas acontece”).
O petista também comentou a briga judicial que Internacional e São
Paulo travam em torno do jogador Oscar (“Um jovem lutador que só quer
trabalhar”). E até deu conselhos a alunos de uma escola de Patos de
Minas (MG) que visitavam o Congresso (“Recomendo a vocês muito estudo,
muito esporte”).
Aplausos – Sem perder o fôlego, o petista lembrou a
chegada do Dia do Trabalho (“Eu gostaria que fosse o Dia do
Trabalhador”). Mandou um beijo aos estudantes mineiros que iam embora
(“Tchau para vocês”). Defendeu a causa dos aposentados (“São o símbolo
do trabalho”). Discorreu sobre o projeto do Estatuto da Juventude
(“Temos que pensar nos jovens”). Animou os participantes do programa
previdenciário do setor aeronáutico (“A luta não terminou”). E encerrou
aplaudindo, literalmente, o Supremo (“Minhas palmas, hoje, são para o
STF”).
A manifestação só não foi acompanhada pelo plenário porque já não
havia ninguém presente: apenas o paciente Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR),
que não podia ir embora porque estava na presidência da sessão.
(Gabriel Castro, de Brasília)
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