Manuela D'avila é envolvida em escandalo

A deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB) teve seu nome envolvido em um suposto esquema de corrupção em Alvorada (RS)

A deputada federal gaúcha Manuela D'Ávila (PCdoB), apontada como uma das favoritas para a disputa da prefeitura de Porto Alegre em 2012, disse nesta quarta-feira que as denúncias de um suposto desvio de verbas na Secretaria de Esportes de Alvorada, município da região metropolitana, são "patéticas". A acusação está em uma carta de 40 linhas, escrita à mão, que foi apreendida junto a outros documentos em julho na Operação Cartola. O nome da deputada é envolvido porque, conforme a correspondência, sua campanha teria se beneficiado com sobras de caixa.

"Eu não acredito em uma denúncia patética, evidentemente fruto de uma denúncia política. Uma carta encontrada há três meses aparece agora justamente para tentar fazer a relação (com as denúncias no Ministério do Esporte), mas na prática é evidente que não há relação nenhuma", disse Manuela. De acordo com a parlamentar, o documento não é alvo de investigação, e sim um anexo à Operação Cartola, que apura um suposto esquema de contratação fraudulenta e superfaturamento de serviços prestados por empresas de publicidade junto a prefeituras municipais.

"A carta faz parte de uma disputa rebaixada local. Esse indivíduo (Marcio Taylor, então diretor de Esportes de Alvorada) será interpelado judicialmente. Eu não admito que façam uso do meu nome para qualquer insinuação de corrupção. Eu não sou igual aos que acham normal ser envolvidos em denúncias de corrupção", criticou a deputada.

Na correspondência, Taylor, à época filiado ao PCdoB, acusa o titular da Secretaria de Juventude e Esportes, Nelson da Silva Flores, do mesmo partido, de obrigá-lo a restituir sobras de caixa para financiar a campanha de Manuela D'Ávila para a Câmara dos Deputados. Com 482 mil votos, ela foi a candidata mais votada pelos eleitores do Rio Grande do Sul no último pleito.

As acusações contra Orlando Silva
Reportagem da revista Veja de 15 de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.