Nesta semana, a polícia prendeu uma
quadrilha de jovens que roubavam dinheiro de empresas pela internet para
bancar festas milionárias. O ‘Fantástico’ acompanhou toda a
investigação e exibiu matéria neste domingo (20).
Eles gastaram R$ 2 milhões com essas
festas, mais carros de luxo, drogas e até com o aluguel de uma mansão em
frente à praia na cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, onde foram
presos.
O motivo das prisões é desvio de
dinheiro. Formação de quadrilha, segundo a polícia. Seis pessoas foram
presas na casa de Búzios e outras seis no sul do estado. Todos são
jovens de classe média, sendo quatro deles, estudantes de engenharia.
De acordo com os agentes, eles
conseguiam violar páginas de bancos na internet e desviavam dinheiro de
contas de empresas para contas de pessoas que ajudavam os criminosos.
“Normalmente, os desvios giravam em torno de R$ 130 mil”, afirmou
Ronaldo Brito, delegado.
As investigações mostraram que os
bandidos convenceram muita gente a colaborar com a quadrilha.
Usavam
argumentos simples, tentadores: ganhar dinheiro rapidamente e de um
jeito, considerado por eles, fácil.
A quadrilha “alugava” contas bancárias
de pessoas que recebiam de mil a dois reais em troca. Depois da
transferência, o saque tinha que ser feito rapidamente – antes que o
sistema de segurança do banco identificasse a fraude.
Os criminosos conheciam o risco do
negócio e deixavam isso claro para quem concordava em participar do
esquema, como mostraram as escutas telefônicas.
Gastos com futilidades
A maneira como estes jovens gastavam o
dinheiro roubado chamou a atenção dos investigadores. O que eles queriam
mesmo era curtir a vida, com muita mordomia. Pelo aluguel da casa onde
foram presos, por exemplo, desembolsaram três mil reais por dia.
A casa, com quatro suítes, academia,
sauna, churrasqueira e piscina, foi alugada por um mês por R$ 90 mil.
Uma pequena parcela dos dois milhões que esses jovens desviaram, segundo
a polícia, ao longo de dois anos.
“Nós temos diálogos de festas que eles
chegavam a gastar R$ 20 mil por noite”, disse Michel Floroschk,
delegado.
“Eles gastavam na mesma velocidade que ganhavam. Alugavam
quartos luxuosos de hotéis e assim eles desfrutavam a vida, contratando
garotas, pagando hotéis, comprando carros, participando de festas,
consumindo drogas, patrocinando o consumo de drogas. Essa era a vida
dessa juventude”, afirmou Ronaldo Brito.
De acordo com os investigadores, escutas telefônicas comprovam que o grupo traficava drogas sintéticas, como LSD e ecxtasy.
‘Deus mandou avisar ‘
Da mordomia de Búzios, os jovens foram
direto para a cadeia. Como previu a mãe de um deles numa das escutas
gravadas pela polícia.
Mãe: “Eu sonhei que você tava num lugar
que eu não vou nem falar o nome, onde tomava sol. Esse lugar era
grandão, tinha uma porção de gente. E eu me arrumando pra ir lá te ver.
Aí Deus falava no sonho pra mim: ‘eu dei chance pra ele se consertar e
ele não se consertou’”.
“Isso nos chocou. A gente não sabia se a
interceptação havia vazado ou se tratava de algo de coração de mãe”,
completou Michel Florosch.
Fonte: Fantástico
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