quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Polícia investiga sepultamento sem corpo na Serra


A suposta morte de um bebê e o sepultamento sem o corpo da criança estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Garibaldi. Na manhã de 27 de julho, Elisângela Brumelhaus procurou a funerária Nossa Senhora do Carmo, no município, e contratou os serviços funerários para o seu filho, um menino de cinco meses.

Segundo a sócia-proprietária da funerária, Gabriela Bonadiman, a mulher relatou que a criança teria morrido em Porto Alegre e que o corpo chegaria durante aquele dia. O caixão foi comprado, a sala de uma capela foi alugada e o corpo do bebê não chegava.

Somente por volta da meia-noite, a suposta mãe avisou que o menino foi sepultado em Porto Alegre, já que teria morrido de meningite. A mulher então insistiu que um velório simbólico fosse realizado, pois o avô da criança estaria muito abalado. Segundo ela, o atestado de óbito seria trazido da capital pelo padrinho do bebê.

Na manhã seguinte, um sábado, a mulher pediu que o sepultamento sem corpo fosse realizado no Cemitério Público do município. Segundo a sócia-proprietária da funerária, foi pedida uma autorização para a administração do cemitério para que o enterro simbólico fosse realizado, que teria concordado com a encenação.

O serviços de sepultamento sem o corpo do bebê foram feitos pela própria funerária, já que o cemitério da prefeitura não conta com coveiros.

Na segunda-feira, o agente administrativo da Prefeitura e responsável pelo cemitério, Vanri Luiz Zanetti, foi informado que o sepultamento foi realizado sem a documentação necessária. Ele nega que o cemitério tenha autorizado o enterro. Vanri informou à funerária que ele comunicaria a polícia se a funerária não o fizesse.

Ontem à tarde, o delegado Clóvis Rodrigues de Souza convocou os representantes da funerária e da administração do Cemitério Municipal para realizar a abertura da sepultura. Com a presença da imprensa local, o caixão foi aberto e foi constatado que havia apenas um lençol e meio-tijolo dentro. A primeira informação que a polícia trabalha é que a criança não existe.

O delegado quer saber quais foram as motivações da mulher que se apresentou como mãe ao comunicar, aparentemente, uma morte inexistente. Após o ocorrido, a administração do cemitério está revendo os procedimentos e, mesmo que isso traga um desconforto maior para os familiares, os atestados de óbitos deverão ser exigidos antes da realização dos futuros sepultamentos no município.

Nenhum comentário:

Postar um comentário