quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Escola de Parobé dá exemplo na inclusão de aluno deficiente


Na escola municipal Artuíno Arsand, do bairro Guarani, em Parobé, um exemplo concreto serve para ilustrar como a inclusão escolar pode funcionar na prática, trazendo resultados satisfatórios para todas as partes envolvidas. Desde 2010, o educandário conta com um aluno cego, que conseguiu se entrosar perfeitamente às condições oferecidas, evoluindo no aprendizado e estabelecendo relacionamentos construtivos com colegas, professores e direção.
O menino Everson Kaian Anhaia Fagundes, de 10 anos, atualmente está matriculado no 2º ano do Ensino Fundamental. A sua inserção no Artuíno Arsand foi precedida de um amplo trabalho adaptativo, conforme explica a diretora Maristela Martins Pereira. A preparação envolveu toda a escola e passou por uma série de atividades, como, por exemplo, exercícios físicos e desenhos com os olhos vendados em que professores e alunos eram levados a se pôr no lugar de uma pessoa que não consegue enxergar.
Kaian, como é mais conhecido, vinha de uma escola estadual de São Leopoldo, onde freqüentou uma classe especial, e em Parobé já recebia atendimento no CMAEE (Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Professora Flávia Maria Brito). A professora Michele Brito, que trabalhou com o menino no ano passado, conta que todo o trabalho na escola foi feito com a intenção de que ele fosse tratado normalmente e que participasse de todas as atividades possíveis. Assim, os coleguinhas acostumaram-se a guiar o novo colega pelos corredores a fim de que chegasse à sala de aula ou a outras dependências, como o banheiro, por exemplo.
Hoje, é possível ver Kaian participando de atividades físicas que muitos poderiam achar impraticáveis para ele, como, por exemplo, jogo de futebol ou basquete. O menino ainda precisa que alguém pegue em sua mão para correr pela cancha, mas a escola já tem um projeto para aquisição de uma bola com guizo, para que ele possa identificar a aproximação do brinquedo pelo ruído.
Como é próprio de quem vive na sua circunstância, o garoto também tem muita sensibilidade e habilidade com as mãos, tanto é que costuma identificar seus interlocutores pelo tato, apalpando a cabeça e o rosto, principalmente. É o que faz com o maior amiguinho da classe, o pequeno Roger (Roldão de Oliveira), seguido de um abraço apertado que mostra toda a cumplicidade entre ambos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário