terça-feira, 18 de outubro de 2011

Marina pode criar partido antes das eleições de 2014

BELO HORIZONTE - A ex-senadora Marina Silva (AC) admitiu nesta segunda-feira, 17, em Belo Horizonte, a possibilidade de criação de um novo partido antes das eleições presidenciais de 2014. Ela afirmou que não pretende criar uma legenda "para disputar eleição" em 2012, mas contou que desde que deixou o PV integra um movimento batizado "nova política" que pode convergir para a criação de uma nova legenda.

Ex-senadora disse que não pretende criar um partido para disputar a eleição de 2012 - André Dusek / AE

Após cerimônia de abertura de um evento promovido pela Universidade Federal de Minas Gerais, Marina criticou de forma geral a atuação dos partidos brasileiros, inclusive o PV, pelo qual disputou a Presidência em 2010. Para ela, as atuais legendas estão vazias de propostas e têm apenas projetos eleitorais. "Não se cria partido político por causa de eleição. Se cria partido político quando se tem visão, projeto e alguma argamassa em termos das pessoas que estão em torno desse ideal", salientou.

Segundo a ex-senadora, o movimento ao qual faz parte, batizado "nova política", inclui pessoas que "querem e que não querem" a criação de um partido, assim como personalidades de outras legendas já tarimbadas no meio. E citou a também ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP).

"Estou nesse movimento. Se isso tiver densidade, estatura, altura e profundidade para se transformar, uma parte do movimento, em um partido, poderá até, no futuro, ser um partido. Eu estou no processo", declarou a ex-senadora, que ressaltou não ter objetivo de fazer um contraponto à disputa entre PT e PSDB. "É para colocar um ponto. E eu espero que seja um ponto final na ideia dessa polarização", disse.

Marina, que saiu das eleições presidenciais de 2010 em terceiro lugar, com cerca de 20 milhões de votos, assumiu também que a nova legenda pode ser criada a tempo da próxima disputa presidencial, mas negou que seja pré-candidata. "Não vou ficar no lugar, a priori, de candidata a presidente da República, não vou ficar na cadeira cativa de candidata. "Se tiver alguém que possa protagonizar melhor que eu esse projeto, pode ter certeza que eu vou ser cabo eleitoral dessa pessoa", concluiu.

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