quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Presidência confirma Mendes Ribeiro na Agricultura

O nome do deputado já teria sido aceito por Dilma para substituir Wagner Rossi. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O gaúcho Mendes Ribeiro Filho substitui Wagner Rossi no Ministério da Agricultura
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, confirmou nesta quinta-feira o deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS) como substituto do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi. Gleisi oficializou o parlamentar no cargo a pedido da presidente Dilma Rousseff (PT), que está em viagem para São Paulo.

Segundo a nota da assessoria da Casa Civil, o convite oficial foi feito nesta manhã, em conversa entre a presidente e o deputado. A primeira reunião entre Dilma e Mendes Ribeiro deve acontecer na tarde de amanhã, no Palácio do Planalto, quando a presidente retornará de São Paulo. O parlamentar foi escolhido recentemente por Dilma como líder do governo no Congresso.

Mendes Ribeiro
Advogado de formação, o gaúcho Mendes Ribeiro Filho está em seu quinto mandato parlamentar consecutivo. Foi secretário de Estado das Obras Públicas, Saneamento e Habitação do Rio Grande do Sul e secretário Extraordinário para Assuntos da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. É filiado ao PMDB desde 1985. Foi oficializado como o novo líder do governo no Congresso Nacional no dia 1º de julho.

A queda do ministro da Agricultura
Em decisão que surpreendeu a própria presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão no dia 17 de agosto de 2011, após uma série de denúncias contra sua pasta e órgãos ligados a ela. Em sua nota de despedida, ele alegou que deixava o cargo a pedido da família e afirmou que todas as acusações são falsas, tendo objetivos políticos como a destituição da aliança de apoio à presidente e ao vice, Michel Temer.

A revista Veja publicou, no final de julho, denúncias do ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto de que um consórcio entre o PMDB e o PTB controlaria o Ministério da Agricultura para arrecadar dinheiro. O denunciante é irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, e foi exonerado após denúncia da própria revista de que teria autorizado o pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa "fantasma".

Outra reportagem afirmou que um lobista, Júlio Froés, atuaria dentro da pasta preparando editais, analisaria processos de licitação e cuidaria dos interesses de empresas que concorriam a verbas. Segundo a revista, o homem teria ligações com Rossi e com o então secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan. Ambos negaram envolvimento, mas Ortolan pediu demissão em 6 agosto. Em seu lugar foi escolhido o assessor especial do ministro José Gerardo Fontelles, que acabou assumindo o lugar do próprio Rossi interinamente.

No dia 16 de agosto, o Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Rossi e um filho sempre são vistos embarcando em um jato da empresa Ourofino Agronegócios. Conforme a publicação, o faturamento da Ourofino cresceu 81% depois que a empresa foi incluída como fornecedora de vacinas para a campanha contra a febre aftosa. O ministro admitiu que pegou "carona" algumas vezes na aeronave, mas negou favorecimento à empresa e disse que o processo para a companhia produzir o medicamento teve início em 2006, antes de ir para o ministério.

Contudo, a Comissão de Ética da Presidência anunciou que iria analisar a denúncia. Por fim, no dia em que Rossi decidiu pedir demissão, o ex-chefe da comissão de licitação da pasta Israel Leonardo Batista afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que Fróes lhe entregou um envelope com dinheiro depois da assinatura de contrato milionário da pasta com uma empresa que o lobista representava. A Polícia Federal instaurou um inquérito para tratar o caso.


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