quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Namoradas de presos chefiavam facção de traficantes no RS

Namoradas das lideranças de lideranças de grupo de traficantes foram presas em operação policial, após sequência de assassinatos. Foto: Polícia Civil/Divulgação

Jovem de 22 anos, namorada de um dos líderes do grupo (à esquerda), e outra garota, que também mantinha relacionamento, foram presas durante operação
Foto: Polícia Civil/Divulgação


Uma operação que desarticulou nessa quarta-feira uma das maiores facções de traficantes da região metropolitana de Porto Alegre (RS) revelou uma prática cada vez mais comum no mundo do crime, em uma época de disseminação de telefones celulares dentro das cadeias. Na lista de 17 presos da Operação Paranóia, nove eram mulheres que participavam ativamente da organização criminosa após namorados, companheiros e amigos serem detidos. Segundo a polícia, duas delas mantinham um relacionamento amoroso com os dois líderes da quadrilha e passaram a chefiar o grupo.


Com uma beleza que chamou a atenção de policiais, Angélica Ferreira Rodrigues, 22 anos, e a mãe dela, Cleusa Martins Ferreira, 36 anos, assumiram a coordenação das operações para compra e revenda de entorpecentes em Canoas (RS), que rendiam até R$ 500 mil por mês. Na prática, elas repassavam aos integrantes do grupo ordens enviadas via celular pelos namorados. "Somente elas podiam administrar o dinheiro arrecadado pela facção e definir questões como as datas de entrega e efetivação da compra de drogas", explicou o responsável pela ação, o titular da 1ª Delegacia de Canoas, Eric Seixas.

De acordo com o delegado, as duas namoradas dos líderes da facção, já tinham antecedentes e não eram ingênuas. "Tinham poder de liderança e alguma experiência. Uma delas já havia sido presa por tráfico", detalhou. Escutas telefônicas flagraram as inúmeras ordens que partiam de dentro da cadeia, especialmente do líder, Fábio Rosa Carvalho, o Fábio "Nóia", atualmente recolhido no Presídio Central, em Porto Alegre (RS).

A facção de "Nóia" - nome que deu origem ao apelido da operação policial - é apontada como responsável pela maioria dos quase 30 homicídios já registrados neste ano em Canoas, que tem como pano de fundo uma disputa com outra quadrilha rival. O líder do grupo adversário foi executado neste ano a mando de Fábio "Nóia".

Mais de 200 agentes participaram da operação para cumprir 22 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão. Com os detidos, a polícia encontrou 3,5 kg de crack.

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