sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mexicanos veneram sangue e boneco 'morto' de cera do papa JP 2º

O Vaticano promove desde agosto no México um ritual macabro que até dezembro, quando termina, deverá atrair o total de 8 milhões de fiéis.

Uma porção do sangue de João Papa 2º e um boneco 'morto' de cera do papa que morreu em 2005 aos 84 anos estão percorrendo cerca de 100 cidades do país. Algumas delas foram escolhidas porque apresentam elevado índice de violência.

A expectativa é de que, por um milagre do beato João Paulo 2º, o papa pop, a bandidagem passe a matar menos. A ironia é que a exposição do boneco em um esquife de acrílico não deixa de ser uma homenagem à morte.

Mexicanos têm gosto pelo macabro


O sangue foi colhido do papa para o caso de haver a necessidade de uma transfusão – o que não foi preciso.

Com a morte do JP 2º, o sangue – uma relíquia, na terminologia da igreja – é tido como substância milagrosa. Tanto que, quando o piloto polonês Robert Kubica, conterrâneo de JP 2º, ficou gravemente ferido em um rali no começo deste ano, alguém conseguiu levar para o hospital uma gota da relíqua para ajudar na recuperação dele.

O boneco “morto” e o sangue do papa já estiveram na França e na Polônia, mas é no México que têm causado frenesi.

Sangue do papa
acompanha o boneco
Talvez a explicação para isso seja o fato de a cultura mexicana ser perpassada pelo macabro desde os astecas, que praticavam sacrifícios humanos. Atualmente, há no México um culto à Santíssima Muerte ou Doña Sebastiana que tem muito adeptos.

Com certeza, muitos daqueles que estão rezando diante do boneco do papa também têm em mente a Doña Sebastiana. E mais uma vez, assim, a Igreja Católica se torna beneficiária de um culto pagão.


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