quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Jornalista critica postura da cúpula da Record pela veiculação da matéria tendenciosa sobre o ‘cair no espírito’

“A estratégia de Edir Macedo mostra-se a cada dia mais ineficaz”, diz James Akel.

O jornalista do “O Estado de S. Paulo” e crítico de TV, James Akel, escreveu em seu blog sobre a postura da Record, em fazer a matéria veiculada no Programa Domingo Espetacular de 13/nov, em que abordou sobre as práticas de cair no espírito.

Abaixo a crítica do jornalista:


“Usar-se o melhor programa da Record, Domingo Espetacular, para atacar uma cantora gospel, seria inaceitável se estivéssemos falando de jornalismo.

Mas parece que estamos falando de briga entre igrejas onde uma decidiu atacar frontalmente a outra usando sua arma mais potente que é o maior ibope da Record no Domingo Espetacular.

E o motivo de se atacar uma cantora gospel por algo que ela faz, que seria uma forma diferente de demonstrar sua religião, nos deixa mais estarrecidos por ver que o grande mal cometido pela cantora foi ter seu selo da Globo na capa de seus discos.

Usar o maior ibope da emissora para atacar alguém era comum nos anos 60 da TV Tupi, quando o dono Chateaubriand chantageava milionários para comprar obras de arte para o MASP e atacava ferozmente na TV os que não lhe dessem o dinheiro necessário para as compras, mas até interrompia programação para elogiar os que dessem o dinheiro.

Ou, no sentido inverso, me lembra a Globo que nunca descobria onde era o Araguaia de massacres militares por estar sob o manto financeiro da ditadura militar.

E vemos agora uma Record, que sempre atacou a Globo por seu modo de agir imperialista, tentar usar as mesmas técnicas para agredir uma simples cantora.

É uma agressão, sim, pois o dono da emissora, Edir Macedo, já fez tais declarações contra a cantora.

Dizer que é apenas uma reportagem seria imparcial se o dono não se tivesse declarado antes.

Tem muito mais.

A cúpula da Igreja Universal teria detectado na cantora um grande ídolo futuro de novo polo religioso, fora dos domínios da Igreja de Edir.
O melhor, segundo a cúpula, seria desqualificar no ar, para o Brasil, a tal cantora, evitando mais fuga de fiéis da Igreja, que está preocupadíssima com isto.

A estratégia de Edir Macedo mostra-se a cada dia mais ineficaz.

E seu comando mostra que está no caminho errado.

As consequências disto são as reduções na arrecadação da Igreja e a baixa no ibope da única coisa que dá ibope de primeira na Record que é o jornalismo.

Em toda emissora jornalismo representa a credibilidade da emissora.

Quando o jornalismo tem ibope alto, a credibilidade é alta.

Quando tem ibope baixo, a credibilidade é baixa.

Vamos dizer que falta estratégia de marketing da Igreja e também da emissora.

Vejam que coisa engraçada e vão dizer que uma coisa nada tem a ver com a outra.

O declínio da TV Record começou exatamente, e coincidentemente, quando Honorilton Gonçalves decidiu demitir todo mundo da rádio e literalmente acabou com a imagem que ainda restava, antiga, da rádio Record.

Os espertos que acham que entendem de televisão na Record, vão dizer que uma coisa nada tem a ver com a outra.

Mas os que silenciam na Record e entendem de metafísica, saberão do que estou falando”.

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