Serra compareceu a lançamento de livro sobre a história do movimento sindical
s/Terra
O ex-governador de São Paulo e candidato derrotado à Presidência José Serra (PSDB) não poupou críticas ao governo petista após as denúncias contra o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB). Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff (PT) está dando "continuidade a um esquema". "Eles deram continuidade a um esquema que já era conhecido. Mais uma vez, com denúncia da imprensa, é provável que haja modificação, mas sempre atrás dos acontecimentos, e não na frente", afirmou. Serra se negou a opinar sobre uma eventual troca de ministro. "Isso é problema da presidente, mas a realidade está posta, não vai ser diferente dos casos anteriores".
"Isso também é reflexo de uma brutal centralização que tem ocorrido no Brasil nos últimos anos, que é o governo federal patrocinando partidas de futebol. Essa é uma centralização descomunal, que facilita, naturalmente, a manipulação, o loteamento, fortalece essas tendências. Isso que está acontecendo, boa parte a imprensa vem falando há anos, mostrando os problemas existentes e não foi feito nada. Isso teria de ter sido objeto de intervenção há muito tempo", cobrou Serra.
Em entrevista coletiva à imprensa nesta segunda-feira, Orlando Silva rebateu as acusações de corrupção contra seu nome. Além de chamar os denunciantes - o motorista Célio Soares e o PM João Dias - de bandidos, ele afirmou que vai "até o último recurso judicial" contra ambos. O PM foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar de desvios de recursos destinado a um programa da pasta.
Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.
De acordo com Ferreira, o esquema utilizava o programa Segundo Tempo para desviar recursos usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. As ONGs receberiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Conforme a acusação, o ministro teria recebido, pessoalmente, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes da quadrilha. Parte desse dinheiro, acusou a revista Veja, foi usada para pagar despesas da campanha presidencial de 2006.
Pressionado a prestar esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento em no esquema, Orlando Silva irá apresentar sua versão aos deputados federais nesta terça às 14h30 na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
Serra foi ao lançamento do livro 20 anos de luta - A história da Força Sindical, em São Paulo, e encontrou-se com o prefeito da cidade, Gilberto Kassab (PSD), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).
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