Uma mulher de 20 anos, grávida de 9 meses, foi presa em Taubaté, no interior de São Paulo,
por falta de pagamento de pensão da filha ao ex-marido - ele detém a
guarda da filha do casal, de 3 anos. A mulher foi presa na segunda-feira
(7) e solta nesta terça (8), após sua família pagar a dívida no valor
de R$ 600.
Suellen Carvalho deixou a cadeia de
Pindamonhangaba, também no interior
paulista, no início da tarde desta terça-feira. No dia anterior, ela
foi chamada à delegacia de Taubaté. Ao chegar ao local, foi presa, pois
devia seis meses de pensão.
"Eu não sabia que ele tinha me colocado pra pagar pensão. Aconteceu sem
me comunicar primeiro. Eu nem sabia que existia um processo contra
mim", contou a jovem.
Suellen passou uma noite na cadeia. O parto está marcado para
quinta-feira (10), às 8h. Ela reclamou da experiência de ficar atrás das
grades. "Eu tive dor, bastante dor. Fui para o hospital até, estava com
um dedo e meio de dilatação", contou. “Por eu não ser criminosa, chegar
no hospital com polícia, todo mundo fica olhando, falam ‘nossa, grávida
com polícia’, é complicado", disse a jovem.
Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Taubaté, Aluísio
Nobre, a gravidez não é um impedimento para o cumprimento da ordem
judicial. "Se não tiver risco à gestante, não há nenhum impedimento que
seja presa. E também é necessário que se diga que quando o juiz decretou
essa prisão, ele não teve em mente se há um direito ou um dever da
mulher ou do marido, ou da ex-mulher ou do ex-marido, e sim daquela
criança que está esperando por essa pensão alimentícia e que é fator,
inclusive, da sua sobrevida", explicou.
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