Suspeito de manter a namorada em cárcere privado por 18 dias e
agredi-la constantemente, um médico foi preso preventivamente na
tarde de quinta-feira na Capital.
O clínico geral morador do bairro Glória utilizava, segundo a
polícia, agulhas, cortador de unha e relho para torturar a companheira,
que é enfermeira de um hospital.
Conforme a investigação policial, na manhã do dia 19 de outubro,
enquanto o médico Cesar Duilio Gomes Bernardi, 53 anos, dormia, a vítima
de 51 anos conseguiu pegar a chave da casa e fugir do local com a ajuda
da mãe do suposto agressor que mora no mesmo terreno. À noite, ela foi
até a Delegacia
Especializada no Atendimento à Mulher de Porto Alegre
para fazer queixa do namorado.
— Ela tinha marcas visíveis no rosto e no resto do corpo, estava
completamente lesionada, praticamente não andava quando chegou à
delegacia. Como é médico, ele causava as lesões e, em seguida, tratava
com medicação para que ela aguentasse mais sessões de tortura — relata a
delegada Nadine Farias Anflor.
Na noite de quarta-feira, o juiz decretou a prisão preventiva por
lesão corporal e cárcere privado e, ontem, os policiais foram até a casa
onde Bernardi estava. Sem reagir à prisão, o médico negou o cárcere
privado e as agressões e foi levado ao Presídio Central de Porto Alegre.
Em depoimento à delegada, a enfermeira, de origem uruguaia, contou
que eles haviam namorado na adolescência e, desde março deste ano,
estavam juntos. A mulher disse que o médico já havia sido agressivo
outras vezes, mas não a ponto de mantê-la presa.
Na investigação, a delegada descobriu que Bernardi apresenta um
histórico de violência. Bernardi teria exercido a profissão em uma
clínica e recentemente oferecia o serviço de médico pela internet, para
atender a domicílio.
Fonte: ZERO HORA
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