terça-feira, 3 de julho de 2012

Bebê de Parobé aguarda urgentemente vaga em UTI pediátrica da capital


“Estão brincando com a vida do meu filho”, reclama a costureira Nelci Sehn, 26 anos. Ela e o marido, o pedreiro Genoir Machado, 36, aguardam há três meses por uma vaga em alguma UTI pediátrica para dar continuidade ao atendimento do pequeno Arthur Machado. Nascido em 12 de fevereiro, no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, ele precisou ser transferido, já no dia seguinte, ao Hospital de Novo Hamburgo, onde encontra-se até hoje na UTI neonatal. Segundo Nelci, atualmente o bebê está sedado e, além de insuficiência cardíaca, enfrenta a terceira pneumonia. 

Com problemas no nervo do diafragma, Arthur passou por uma cirurgia quando tinha um mês e meio de vida. “Os médicos disseram que o procedimento não seria garantia de melhora e acabou não resolvendo mesmo”, lamenta Nelci, destacando que o filho recebe todos os cuidados e medicamentos que estão ao alcance da instituição de saúde de Novo Hamburgo. “Mas agora ele está com 67 centímetros, 8 quilos e 350 gramas, e não cabe mais no berço da UTI neonatal”, explica. Cadastrado nas duas Centrais de Regulação de Leitos (do Estado e da Região Metropolitana), Arthur não possui previsão de ser transferido para uma UTI pediátrica mais capacitada em termos de equipamentos e médicos para atender o seu caso. 

Gravidade do caso fez mãe recorrer à Justiça
 
“Os médicos dizem que o caso dele é muito grave e que talvez uma solução mais próxima seja uma cirurgia com prótese para resolver o problema no nervo do diafragma”, explica a mãe. Segundo ela, a melhor opção para o filho Arthur Machado seria o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, que conta com uma equipe formada por médicos especializados. “Estamos em contato com os cirurgiões especialistas de lá e eles já aceitaram o nenê, só precisamos contar com a vaga”, enfatiza a costureira, que acabou recorrendo à Justiça para obter um leito particular por meio da prefeitura de Parobé.

Contudo, a prefeita Gilda Kirsch explica que os casos de alta complexidade são de responsabilidade do Estado e que o município já está fazendo tudo o que está ao seu alcance. “Estamos ligando todos os dias para as centrais de leitos, mantendo contato com a Secretaria de Saúde de Porto Alegre e do Estado. 

Afinal, estamos tratando de uma vida e os pais têm toda a razão de estarem preocupados”, justifica a prefeita.

Mãe acusa hospital
 
Nelci Sehn diz que o problema do filho foi ocasionado durante o parto que, na opinião dela, deveria ter sido cesariana. “O bebê já estava com 5 quilos e, mesmo assim, o médico fez o parto normal”, argumenta, dizendo que o bebê foi puxado de uma forma muito bruta, o que acabou comprometendo o nervo do diafragma da criança. “Ele não movimenta o braço direito, só os dedinhos da mão e o pulmão direito não consegue trabalhar. O meu filho ficou no hospital 24 horas e não foi feito um raio-X, não foi feito nada, eles foram negligentes”, comenta a mãe em relação ao Hospital São Francisco de Assis, de Parobé.

Administração alega não ter conhecimento
 
De sua parte, a administradora do Hospital São Francisco de Assis, Maria Seloí da Costa, disse que não é de seu conhecimento o fato de que tenha havido algum tipo de negligência com Artur. “O bebê nasceu, foi constatada a necessidade da UTI neonatal e já no dia seguinte ele foi transferido. O hospital fez tudo para conseguir o leito por meio da Central de Regulação”, destaca Seloí. 

Fonte: NH ON-LINE

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