Deputado Adrián Oliva (C) lidera campanha em favor de Pinto (no cartaz) e denuncia abusos do Estado
Há 18 dias, o principal parlamentar de oposição na Bolívia dorme em um quarto improvisado na embaixada do Brasil em La Paz.
É alimentado e protegido pela estrutura que a representação brasileira dispõe na capital boliviana, em uma situação que provoca a ira do presidente Evo Morales.
Roger Pinto Molina, 52 anos, é senador desde 2006 pelo departamento (Estado) de Pando, que faz fronteira com o Acre. Cria gado, exerce cargos políticos há 20 anos e é um conhecido pastor da igreja Batista. Em 25 de maio, disse ter descoberto um plano para matá-lo – o terceiro, segundo ele.
Como das outras vezes, afirma ter levado ao governo a situação e “nada foi feito”. Com isso, decidiu largar tudo e pedir abrigo à embaixada brasileira. Foi aceito e recebeu status de asilado político sob a alegação de perseguição.
Evo reagiu. Afirmou que o Itamaraty se equivoca e que o senador integra os “delinquentes” da oposição. O vice, Álvaro García Linera, classificou a decisão brasileira de “insensata”.
Houve até protestos de ativistas bolivianos em frente ao local, contestando a proteção a Pinto, acusado pelo governo da morte de camponeses no massacre de Pando, em 2008.
No dia em que Pinto procurou a embaixada, sua mulher partiu com toda a família – três filhos, quatro netos e até a sogra de 94 anos – para Brasileia, do lado brasileiro. O senador alega estar em perigo por denunciar supostas ligações de integrantes do governo boliviano com o narcotráfico e casos de corrupção na alta cúpula do país.
Afirma que acusações contra ele são “descabidas”. Na documentação entregue à embaixada, há uma lista com as principais suspeitas levantadas por Pinto que, em vez de serem investigadas, transformaram-se em 20 processos criminais e civis ajuizados pelo Executivo contra ele – para “reprimir” sua atuação e “ofuscar suas denúncias”.
A oposição boliviana, que detém menos de um terço dos parlamentares, acusa Evo de manipular juízes e promotores, o que impediria processos justos e imparciais.
Diante disso, existem “mais de mil pessoas perseguidas ou processadas por razões políticas”, sustenta o deputado federal Adrián Oliva, aliado de Pinto, que conversou com Zero Hora, na quinta-feira, pouco antes de visitar uma prisão onde estariam 20 presos políticos, muitos deles detidos há quatro anos sem processo judicial.
— Há mais de 600 bolivianos refugiados em diversos países e uma centena de presos políticos. Não há garantias para que cidadãos sejam processados por autoridades que atuem de forma independente — diz.
Palácio do Planalto age para evitar crise
Para evitar qualquer litígio entre as duas nações, o Palácio do Planalto determinou que nenhum oficial brasileiro reaja às críticas de autoridades bolivianas e, nos bastidores, tente convencer a nação vizinha de que o episódio não significa reparo ao governo do vizinho, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. Oficialmente, o Itamaraty justifica o asilo como parte de uma tradição nacional.
É alimentado e protegido pela estrutura que a representação brasileira dispõe na capital boliviana, em uma situação que provoca a ira do presidente Evo Morales.
Roger Pinto Molina, 52 anos, é senador desde 2006 pelo departamento (Estado) de Pando, que faz fronteira com o Acre. Cria gado, exerce cargos políticos há 20 anos e é um conhecido pastor da igreja Batista. Em 25 de maio, disse ter descoberto um plano para matá-lo – o terceiro, segundo ele.
Como das outras vezes, afirma ter levado ao governo a situação e “nada foi feito”. Com isso, decidiu largar tudo e pedir abrigo à embaixada brasileira. Foi aceito e recebeu status de asilado político sob a alegação de perseguição.
Evo reagiu. Afirmou que o Itamaraty se equivoca e que o senador integra os “delinquentes” da oposição. O vice, Álvaro García Linera, classificou a decisão brasileira de “insensata”.
Houve até protestos de ativistas bolivianos em frente ao local, contestando a proteção a Pinto, acusado pelo governo da morte de camponeses no massacre de Pando, em 2008.
No dia em que Pinto procurou a embaixada, sua mulher partiu com toda a família – três filhos, quatro netos e até a sogra de 94 anos – para Brasileia, do lado brasileiro. O senador alega estar em perigo por denunciar supostas ligações de integrantes do governo boliviano com o narcotráfico e casos de corrupção na alta cúpula do país.
Afirma que acusações contra ele são “descabidas”. Na documentação entregue à embaixada, há uma lista com as principais suspeitas levantadas por Pinto que, em vez de serem investigadas, transformaram-se em 20 processos criminais e civis ajuizados pelo Executivo contra ele – para “reprimir” sua atuação e “ofuscar suas denúncias”.
A oposição boliviana, que detém menos de um terço dos parlamentares, acusa Evo de manipular juízes e promotores, o que impediria processos justos e imparciais.
Diante disso, existem “mais de mil pessoas perseguidas ou processadas por razões políticas”, sustenta o deputado federal Adrián Oliva, aliado de Pinto, que conversou com Zero Hora, na quinta-feira, pouco antes de visitar uma prisão onde estariam 20 presos políticos, muitos deles detidos há quatro anos sem processo judicial.
— Há mais de 600 bolivianos refugiados em diversos países e uma centena de presos políticos. Não há garantias para que cidadãos sejam processados por autoridades que atuem de forma independente — diz.
Palácio do Planalto age para evitar crise
Para evitar qualquer litígio entre as duas nações, o Palácio do Planalto determinou que nenhum oficial brasileiro reaja às críticas de autoridades bolivianas e, nos bastidores, tente convencer a nação vizinha de que o episódio não significa reparo ao governo do vizinho, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo. Oficialmente, o Itamaraty justifica o asilo como parte de uma tradição nacional.
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