— Não é bem-vinda, é “bem-vida” de volta — saudou a gerente executiva de
programação da RBS TV, Alice Urbim, ao reencontrar a jornalista Rosane
Marchetti na redação da emissora na tarde de ontem.
O simpático trocadilho fez coro às dezenas de felicitações recebidas por Rosane desde que adentrou a recepção do prédio no morro Santa Tereza, na Capital.
Nove meses após sair em licença para tratar de um agressivo câncer de mama, a repórter especial da RBS TV retornou ao trabalho. Foi recepcionada com orquídeas, doces e incontáveis abraços.
— Estou com o peito cheio de alegria e muito frio na barriga — afirmou, emocionada, a jornalista de 52 anos, há 25 na RBS TV. — Não é um retomar a carreira. É mais: é uma nova vida. Simbolicamente, foram nove meses, é uma gestação. Sou uma nova Rosane.
O tumor de 8 milímetros no seio esquerdo foi descoberto por acaso, na mamografia anual, feita em 4 de agosto, quatro meses antes da data prevista. O exame foi complementado por uma ecografia, seguido por uma biópsia.
No dia em que recebeu o resultado, Rosane pensava em como daria a notícia à mãe, Lourdes, que, há 12 anos, também teve a mesma doença.
— Ela encarou com muita coragem, assim como minha filha, Camila, e meu marido, Luiz Roberto, que sempre estiveram ao meu lado.
Doze dias após o diagnóstico, Rosane passou por uma cirurgia de retirada do tumor. Uma série de quimioterapia a cada 21 dias (no total de oito sessões) e radioterapia (33 sessões) ocupou o período crítico após o procedimento. Agora, Rosane submete-se a injeções para aumentar anticorpos específicos para o tipo de câncer que tem, o HER2 positivo.
— Estou engajada na luta de quem depende do SUS para utilizar este remédio. As injeções são caríssimas, e o sistema público não cobre. É preciso entrar na Justiça para obter o tratamento — ressalta Rosane, que tem os dados sobre a doença na ponta da língua. — O HER2+ é encontrado em 25% das pacientes que têm câncer de mama do tipo invasivo. E Porto Alegre é a cidade do país com maior número de casos de câncer de mama.
Jornalista agora irá se dedicar a produzir um “Globo Repórter”
Outro ponto que chamou a atenção nesse período foi a vaidade feminina. Rosane conta que decidiu raspar os cabelos antes que caíssem. Surpreendentemente, “não doeu”, brinca. Tampouco teve problemas em ficar careca ou usar boné quando saía de casa. A dificuldade foi encontrar uma peruca que combinasse com seu estilo.
— Este é o sexto modelo que uso. Foi o único em que olhei no espelho e não me achei estranha. O corte é moderno e pode ser remodelado — conta Rosane, que sempre teve cabelos longos. — É a primeira vez que estou com fios curtinhos. E, mesmo assim, as pessoas me reconhecem.
Rosane conta que o carinho dos telespectadores foi essencial:
— Ganhei tudo quanto é livro, fitinhas do Bonfim, águas milagrosas, pedras de cura, santinhos, orações. Farei um pequeno altar com tudo – afirma a descendente de italianos, católica não-praticante, mas que, desde a descoberta da doença, jamais desprezou qualquer apoio espiritual. — Nessas horas, a gente se agarra em tudo.
Como repórter especial, ela fará reportagens para a RBS TV e a Rede Globo. Rosane já tem um projeto de Globo Repórter sobre viagens. O programa, cuja produção foi interrompida, deve ir ao ar ainda neste ano. A jornalista, que tem participado de ações do Instituto de Mama do RS (Imama), também não descarta fazer pautas especiais sobre a doença.
O simpático trocadilho fez coro às dezenas de felicitações recebidas por Rosane desde que adentrou a recepção do prédio no morro Santa Tereza, na Capital.
Nove meses após sair em licença para tratar de um agressivo câncer de mama, a repórter especial da RBS TV retornou ao trabalho. Foi recepcionada com orquídeas, doces e incontáveis abraços.
— Estou com o peito cheio de alegria e muito frio na barriga — afirmou, emocionada, a jornalista de 52 anos, há 25 na RBS TV. — Não é um retomar a carreira. É mais: é uma nova vida. Simbolicamente, foram nove meses, é uma gestação. Sou uma nova Rosane.
O tumor de 8 milímetros no seio esquerdo foi descoberto por acaso, na mamografia anual, feita em 4 de agosto, quatro meses antes da data prevista. O exame foi complementado por uma ecografia, seguido por uma biópsia.
No dia em que recebeu o resultado, Rosane pensava em como daria a notícia à mãe, Lourdes, que, há 12 anos, também teve a mesma doença.
— Ela encarou com muita coragem, assim como minha filha, Camila, e meu marido, Luiz Roberto, que sempre estiveram ao meu lado.
Doze dias após o diagnóstico, Rosane passou por uma cirurgia de retirada do tumor. Uma série de quimioterapia a cada 21 dias (no total de oito sessões) e radioterapia (33 sessões) ocupou o período crítico após o procedimento. Agora, Rosane submete-se a injeções para aumentar anticorpos específicos para o tipo de câncer que tem, o HER2 positivo.
— Estou engajada na luta de quem depende do SUS para utilizar este remédio. As injeções são caríssimas, e o sistema público não cobre. É preciso entrar na Justiça para obter o tratamento — ressalta Rosane, que tem os dados sobre a doença na ponta da língua. — O HER2+ é encontrado em 25% das pacientes que têm câncer de mama do tipo invasivo. E Porto Alegre é a cidade do país com maior número de casos de câncer de mama.
Jornalista agora irá se dedicar a produzir um “Globo Repórter”
Outro ponto que chamou a atenção nesse período foi a vaidade feminina. Rosane conta que decidiu raspar os cabelos antes que caíssem. Surpreendentemente, “não doeu”, brinca. Tampouco teve problemas em ficar careca ou usar boné quando saía de casa. A dificuldade foi encontrar uma peruca que combinasse com seu estilo.
— Este é o sexto modelo que uso. Foi o único em que olhei no espelho e não me achei estranha. O corte é moderno e pode ser remodelado — conta Rosane, que sempre teve cabelos longos. — É a primeira vez que estou com fios curtinhos. E, mesmo assim, as pessoas me reconhecem.
Rosane conta que o carinho dos telespectadores foi essencial:
— Ganhei tudo quanto é livro, fitinhas do Bonfim, águas milagrosas, pedras de cura, santinhos, orações. Farei um pequeno altar com tudo – afirma a descendente de italianos, católica não-praticante, mas que, desde a descoberta da doença, jamais desprezou qualquer apoio espiritual. — Nessas horas, a gente se agarra em tudo.
Como repórter especial, ela fará reportagens para a RBS TV e a Rede Globo. Rosane já tem um projeto de Globo Repórter sobre viagens. O programa, cuja produção foi interrompida, deve ir ao ar ainda neste ano. A jornalista, que tem participado de ações do Instituto de Mama do RS (Imama), também não descarta fazer pautas especiais sobre a doença.
ZERO HORA
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